Subo nesse palco, minha alma cheira a talco
Como bumbum de bebê, de bebê
Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver
Pode ver
Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda
Saberá lhe dar valor, dar valor
Vale quanto pesa prá quem preza o louco bumbum do tambor
Do tambor
Fogo eterno prá afugentar
O inferno prá outro lugar
Fogo eterno prá consumir
O inferno, fora daqui
Venho para a festa, sei que muitos têm na testa
O deus-sol como um sinal, um sinal
Eu como devoto trago um cesto de alegrias de quintal
De quintal
Há também um cântaro, quem manda é Deus a música
Pedindo prá deixar, prá deixar
Derramar o bálsamo, fazer o canto, cantar o cantar
Lá lá lá
Como bumbum de bebê, de bebê
Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver
Pode ver
Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda
Saberá lhe dar valor, dar valor
Vale quanto pesa prá quem preza o louco bumbum do tambor
Do tambor
Fogo eterno prá afugentar
O inferno prá outro lugar
Fogo eterno prá consumir
O inferno, fora daqui
Venho para a festa, sei que muitos têm na testa
O deus-sol como um sinal, um sinal
Eu como devoto trago um cesto de alegrias de quintal
De quintal
Há também um cântaro, quem manda é Deus a música
Pedindo prá deixar, prá deixar
Derramar o bálsamo, fazer o canto, cantar o cantar
Lá lá lá
Essa semana eu escolhi observar esses seres soturnos que andam por aí. Nos elevadores eles abaixam a cabeça e eu quase os ouço dizendo: “Por que você entrou aqui? Bem que eu poderia estar sozinho ! Droga! E ainda me deseja um bom dia. Vou resmungar qualquer coisa para da próxima vez ela não se atrever a ficar ao meu lado!”
Nos supermercados presenciei cenas surrealistas! Cada membro da família “ranzinzis rabugentis” fica guardando lugar em uma fila. O primeiro que alcança o caixa faz um gesto nervoso para aquele que empurra outro carrinho bem cheio e lá sai ele em disparada. Claro que isso é o começo do barraco!
- Que é que é isso? Você tem somente um carrinho! De onde saiu esse outro!?
- Eu estava guardando lugar pra minha mulher!
- Ah não! Aí são dois carrinhos! Pode ficar atrás de mim!
- Bla bla bla bla bla bla...
E haja confusão e mais atraso na fila! E se tudo ficasse somente no bate-boca... Mas às vezes ocorrem trocas de dedos em riste na cara um do outro e até empurrões e tapas! Quanta falta de educação!
Concluí que essas pessoas mal-educadas invariavelmente são mal-humoradas. Quem não sorri afasta o outro e se torna ensimesmado e carrancudo. Só conversa consigo mesmo e só enxerga o lado ruim das coisas.
No trânsito, procuro me afastar delas. É fácil identificá-las: não se decidem por uma faixa, não dão passagem, trancam os demais motoristas, buzinam, colam o carro atrás do seu, falam palavrões, fazem gestos obscenos e por aí vai.
Experimente, por exemplo, trocar umas palavras com alguém que esteja aguardando para fazer exame de sangue. Se for da turma dos sem humor tenho certeza de que apertará o papel contendo a senha de chamada e, no máximo, balançará a cabeça para você como uma lagartixa ao sol. Os olhos ficarão arregalados, os batimentos cardíacos mais acelerados e a boca denunciará um aperto nos dentes.
Tente pedir uma informação na fila do cinema. O mesmo acontecerá. Sabe por quê? O “ranzinzis rabugentis” pensará que você está querendo passar a perna nele, ou melhor, passar na frente dele de algum modo.
Até pelo telefone é difícil se entender com o “ranzinzis”. A dicção é imperfeita e as falas monossilábicas; não há chance de você obter a simpatia dessa criatura. Ela, sem dúvida, parece não conhecer o amor e fará de tudo para dificultar sua vida.
Faço, então, um apelo: adote um “ranzinzis rabugentis”. Insista em lhe oferecer seu melhor sorriso, seja sempre gentil com ele, ajude-o. Não perca sua paciência porque não vale a pena; você é quem corre o risco de ele tornar seu dia infeliz. Então, torne o dia dele melhor, mesmo que ele não entenda isso e ache que você é “mais um desses babacas-felizes-que-acham-que-a-vida-é-cor-de-rosa!”
E siga em frente feliz e sorridente porque essa é uma forma sábia de viver.