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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Metade, Adriana Calcanhoto

Metade
 
Eu perco o chão, eu não acho as palavras

Eu ando tão triste, eu ando pela sala

Eu perco a hora, eu chego no fim

Eu deixo a porta aberta

Eu não moro mais em mim



Eu perco a chaves de casa

Eu perco o freio

Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio



Onde será que você está agora?



Eu perco a chaves de casa

Eu perco o freio

Estou em milhares de cacos, eu estou ao meio



Onde será que você está agora?


 
Quero redigir algo, mas estou sem inspiração. Consequentemente, sem criatividade, sem ideias. Mas o bichinho das letras está cutucando meus pensamentos e meus dedos. Fico incomodada quando não coloco os pensamentos para fora. Alguém sugeriu que eu escrevesse sobre os mistérios da vida. Haja mistérios! Seria a falta de inspiração um deles?


Adoro escrever, mas geralmente o texto parece estar pronto na minha cabeça e escrevo impetuosamente, com paixão. As frases saem como se estivessem enfileiradas à espera de  alguém para chamá-las. Vez por outra há problemas: uma palavra na fila errada, outra mal posicionada, e até as que fogem e é preciso parar uns instantes para agarrar a fugitiva. Dificuldades são comuns e me valho de dicionários, gramáticas, google e uma troca de conhecimentos com alguém que, porventura, esteja ao lado dessa medíocre amante das letras e metida a escritora. 


Mas ficar sem inspiração é cruel! Nesse caso, tenho a impressão de que as frases estão em greve na minha mente. Fuço aqui, leio acolá, procuro por elas e não consigo encontrar uma mísera oração. Já ouvi várias vezes que "escrever é 90% transpiração e 10% inspiração", e concordo, mas que é difícil escrever sem essa segunda companheira, é!


À noite, quando me deito e fecho os olhos, deixo minha mente vagar  na esperança de, ao adormecer,  reencontrar minha inspiração perdida num beco qualquer dos meus sonhos; mas eis que abro os olhos e já é hora de levantar e cuidar dos meus afazeres. Recapitulo os sonhos e, absolutamente, nenhum texto brotou.


Mais um dia de impaciência a me atormentar. Estou há três semanas  longe do blog. Percebo, também, que nenhuma música se insinuou para mim e, caso tenha se insinuado, não me conquistou. É chegado o momento de agir! 


Por isso, resolvi passar por aqui e me desculpar com você que me segue, que me lê e me apoia nessa jornada em busca do talento para as letras. Vou transpirar e, quem sabe, aceitar a sugestão  e destrinchar os mistérios da vida? 

6 comentários:

  1. comentário da Ana Zélia:
    "Oi, Fátima! Andei pensando em você... Se está bem...Se está trabalhando...
    Veja que, segundo você, sem inspiração conseguiu colocar de uma forma tão legal... imagina quando estiver inspirada...
    Paz e luz para você e aos que lhe são caros.
    Abraços
    Ana Zelia

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  2. Ana Zélia, estou bem, sim.
    Somente sem inspiração...
    Mas parece que ela está voltando, né?
    Beijos e saudades

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  3. Minha amiga Detinha...
    "Muito legal.

    Beijão

    Odete"

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  4. Detinha, que felicidade saber que uma mulher culta como você anda lendo meus escritos!

    Beijos e continue na leitura! Obrigada!

    Fátima

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  5. Anônimo, agora que sei que você é a Claudinha, vou responder citando seu nome:

    Claudinha,

    Obrigada pelas críticas e pelo apoio. Você é uma revisora da melhor qualidade!

    Beijos,

    Fátima

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