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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Saiba, Arnaldo Antunes



Saiba,
Todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Sadam Hussein
Quem tem grana e quem não tem

Saiba,
Todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu

Saiba,
Todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar

Saiba,
Todo mundo vai morrer
Presidente, general ou rei
Anglo-saxão ou muçulmano
Todo e qualquer ser humano

Saiba,
Todo mundo teve pai
Quem já foi e quem ainda vai
Lao Tsé, Moisés, Ramsés, Pelé
Ghandi, Mike Tyson, Salomé

Saiba,
Todo mundo teve mãe
Índios, africanos e alemães
Nero, Che Guevara, Pinochet
e também eu e você.



É natal mais uma vez! E eu comecei a pensar que na infância isso significava passar as férias na casa do meu avô, ganhar uma roupa nova, um brinquedo, comer peru e ir à missa do galo com a família reunida. Era um natal sem pretensões, sem filas no caixa, sem cartão de crédito nem engarrafamentos. Significava um dia para visitar os amigos, comer rabanada e comemorar o nascimento do Menino Jesus. Eu ainda não entendia muito de religião, mas entendia que a data era importante.


Importante ressaltar que presente de natal era sinônimo de magia porque ele vinha diretamente do Polo Norte, trazido por Papai Noel que entrava pela janela do meu apartamento ou da casa do meu avô. No dia 24, à noite, eu ia dormir jurando que daquela vez eu o pegaria em flagrante, conversaríamos e ele me entregaria o brinquedo pessoalmente. Isso nunca aconteceu e o encanto desfez-se em uma viagem quando minha mãe me pediu para tirar uma laranja que estava naquele compartimento que existe por trás do banco traseiro do fusquinha. Procurando o saco das frutas, vi o presente que tinha pedido ao bom velhinho embrulhado num lindo papel. Meu coração murchou, calei-me decepcionada e entendi tudo naquele instante: papai Noel não existia... Foi duro encarar a verdade. Foi um dos primeiros desapontamentos na infância.

Mais tarde, na adolescência e até mesmo entrando na idade adulta, perdi um pouco dessa pureza e o natal passou a ser mais comercial. Trocava "lembrancinhas" nos Amigos Secretos, queria ter roupas bonitas e novas no natal e no ano-novo, comprava sapatos e somente ficava com a família por causa da tradição. Mesmo assim, houve caras emburradas porque não pude ficar com o namorado ou com a amiga confidente.

Depois que amadureci um pouco e já trabalhava, comecei a detestar a época dos festejos natalinos. Por quê?   O Natal começou a fazer sentido para mim e não gosto do comércio realizado nessa época. Que estresse para comprar, comprar e comprar! E com isso, as pessoas ficam nervosas, preocupadas em estar bem vestidas, indecisas na escolha dos presentes, ofegantes por visitar lojas e mais lojas em busca do consumo. Então, passei vários anos somente aturando o Natal. Não gostava de trocar presentes, de ir às festas, era uma chata mesmo! Embora, diga-se de passagem, presenteasse as pessoas que trabalhavam na minha casa, minha família e os amigos: com o coração feliz! Mas queria muito que as coisas mudassem! Que as pessoas entendessem o significado da data. Contraditório?

Até que enfim, no ano passado, veio o estalo. Não eram as pessoas que precisavam mudar e sim, eu! E a única resolução de ano-novo que fiz de 2010 para 2011 foi a de que me dedicaria aos amigos com todo o meu coração e seria um ser humano melhor a cada dia. Porque o amor é o que importa e no Natal comemoramos a fraternidade que o Menino Jesus ensinou. E que todos somos iguais e merecemos o melhor! 

É para o Amor, pelo Amor e com o Amor que vale a pena viver!

Um Feliz Natal a cada um de nós! Um Feliz Natal ao Menino Jesus!

2 comentários:

  1. Bom dia, querida! Esse propósito de tornar-se melhor a cada dia, é o veradeiro espírito do que Jesus nos ensinou. Dou meu testemunho de que você tem conseguido. Desejo que continue firme em seu propósito.

    Abraço, com carinho

    Ceci

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  2. Ceci, acho mesmo que estou melhorando muito! E quero ser mais sensível ainda. Obrigada pelo comentário.
    Releia o 2º parágrafo porque com o sono, ontem, havia esquecido de contar uma das partes mais importantes.

    Amei seu texto sobre a Giovana. Belíssimo!

    Beijos,

    Fátima

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